Project Description
Quando decidiu participar do Fome Zero, a Febraban escolheu apoiar o Programa 1 Milhão de Cisternas para o Semi-Árido. Para que seus esforços trouxessem resultados, no entanto, era preciso organizar o programa. A Febraban contatou a Apel para estruturar a gestão e controle de recursos, além de fortalecer o processo de prestação de contas do programa. “Temos a sensação de que se não fosse pelo trabalho da Apel, nós não teríamos conseguido”, diz Fábio Barbosa
O presidente Luís Inácio Lula da Silva acabara de tomar posse e a Febraban procurava um projeto para apoiar dentro do Programa Fome Zero. A Articulação do Semi-Árido (ASA) tinha um plano, mas precisava de muita ajuda para se estruturar. As duas entidades precisavam de alguém que os entendesse e satisfizesse suas necessidades. A Apel entrou na história.
Com o início do governo Lula, a Febraban “quis começar algo genuinamente. Fome Zero”, conta Aerton Paiva, da Apel Gestão de Projetos. Foi assim que se escolheu apoiar o programa desenvolvido pela ASA. Vanda Pita, diretora da Comissão de Responsabilidade Social da entidade, explica: “Nós tínhamos algumas opções e a proposta do semi-árido foi a que nos pareceu mais elaborada”.
A ASA é uma articulação que envolve por volta de 700 entidades sociais espalhadas pelos 11 estados do semi-árido brasileiro. Seu objetivo é desenvolver meios de convivência nesse bioma. Ela prega que há condições de melhorar a vida dos habitantes do local, arquitetando programas que desenvolvam soluções. Uma das opções para lidar com a falta de água é a construção de cisternas, que provê água para beber. A partir desse dado, a ASA bolou o Programa 1 Milhão de Cisternas para o Semi-Árido e sua respectiva associação, a AP1MC.
Foi com a AP1MC que a Febraban decidiu trabalhar, por achar que o projeto tinha grande abrangência, já que além de água para beber acarretaria em melhoria das condições de saúde, higiene, educação, geração de renda e de emprego direto, através do envolvimento da comunidade.
O ENVOLVIMENTO E A ATUAÇÃO DA APEL
A gente sentiu necessidade de alguém que fosse capaz de estruturar e fazer isso acontecer
A princípio a Apel foi contratada para gerenciar o investimento da Febraban, mas acabou desempenhando um papel muito maior. É que apesar da admirável capacidade de mobilização e capacitação exibidas pela AP1MC, lhe faltava a capacidade de gestão e controle de recursos. “Para isso chamamos a Apel. Mas não é nenhuma crítica que se faz à ASA, quem tem conhecimento excelente em gestão é a Apel, que faz isso muito bem”, relata Vanda. Fábio Barbosa, diretor responsável pelo Projeto Cisternas dentro da Febraban, lembra o motivo pelo qual chamaram Aerton Paiva: “A gente sentiu necessidade de alguém que fosse capaz de estruturar e fazer isso acontecer”.
Paiva conta como foi o desenvolvimento inicial do projeto: “Montamos um time que contava com mais duas pessoas, além de mim. Fomos para Recife, onde fica a sede da AP1MC, e lá percebemos que poderíamos agregar muito”. Determinado, Paiva montou uma operação que reuniu 96 profissionais por dois dias e colocou “tudo no detalhe”. Quando o encontro se encerrou, tinham sido distribuídas metas por regiões, planos de trabalhos individuais, especificados orçamentos e fluxos de caixa por unidades gestoras e, por fim, consolidados os planos individuais, base do Plano Geral Consolidado. Para Barbosa, que é também presidente do Banco ABN Real, a Apel “conseguiu dar forma ao projeto”.
TRABALHO JUNTO À AP1MC
A Apel não só operacionalizou o que queríamos, mas deixou um processo que ainda vai prevalecer por muito tempo
A Apel acabara se tornando responsável pela estruturação de um programa de gestão para a AP1MC, aprimorando-a e fortalecendo-a de modo a prepará-la para apoios futuros pela definição de um contínuo processo de prestação de contas, pela comunicação aos bancos da evolução do projeto, pelos insumos para a assessoria de imprensa e pela estruturação de um programa de interação entre os integrantes da Diretoria Setorial de Responsabilidade Social da Febraban e o projeto.
Foi preciso rever, em detalhes, o funcionamento da AP1MC. A Apel revisou desde premissas orçamentárias, estratégias de articulações junto a outras entidades do setor privado e modelo de governabilidade da instituição até seu corpo funcional. Chegando até mesmo a operar em conjunto durante os primeiros meses do projeto, para ajudar a operacionalizar todo o planejado. Mas o desenvolvimento da capacidade de gestão foi além da passagem de conhecimento, abrangendo construções físicas. Vanda detalha: “a gente patrocinou a criação e equipagem de 48 unidades micro-regionais em todo o semi-árido e a implantação do SIGA”, um sistema que informa detalhadamente sobre os contratos entre a AP1MC e seus parceiros. Barbosa completa, “A Apel não só operacionalizou o que queríamos, mas deixou um processo que ainda vai prevalecer por muito tempo”.
Como sempre, a Apel exerce seu papel com excelência indo além do esperado. Para implantar toda essa capacidade de gestão sem perder em número de cisternas, Aerton Paiva não admitiu nenhum desperdício no orçamento. Foi assim que conseguiu fazer o dinheiro investido na construção de 10.000 cisternas atingir quase 500 unidades acima da meta. Para conseguir economizar 3 milhões de reais no orçamento, Paiva teve mesmo que pôr a mão na massa, como costuma. Um exemplo disso, foi a escolha dos carros destinados às unidades gestoras. Para convencer a todos de que um carro mais barato era suficiente, percorreu ele mesmo o Vale do Jequitinhonha em dois carros de diferentes categorias. Comprovando que o mais simples agüentava sem dar maiores problemas, não teve quem conseguisse contra argumentá-lo.
Mas não pára por aí. Um outro ponto de destaque nesse trabalho foi o envolvimento das famílias. Para explicar a preocupação em torno dessa questão, Paiva esclarece que “eficiência econômica é diferente de eficiência social, a família tem que perceber que a cisterna é dela”, é assim que se evita sua deterioração. Além disso, essa participação é uma forma de dar emprego aos moradores locais através da capacitação no processo de construção de cisternas e, ainda, de dar conhecimento por meio da preparação das famílias para o uso e conservação da água armazenada nas cisternas.
Resultados assim tão bons e uma idealização tão detalhada só poderiam ser conseqüência do trabalho de um homem como Aerton Paiva. “Vejo ele pessoalmente envolvido”, confidencia Vanda. Esse envolvimento é que gera o conhecimento e a paixão necessária para tamanha conquista alcançada. Paiva passou dias entre as famílias beneficiadas pelo P1MC. Compreendendo suas necessidades e o contexto em que vivem, pôde direcionar o projeto de modo que ele trouxesse o melhor para as pessoas. “Eu pegava meu carro e ia nas comunidades pra entender a realidade deles. Fiz muita água, (pegar água no barreiro, filtrar e ferver) pra ver como era e se a cisterna de fato ajudava”, conta Paiva. E concluiu que ajuda muito: “A questão de verminose em crianças, por exemplo, chega a despencar 80% nas casas que têm cisternas”, relata.
UM PROJETO DE ÊXITO, UM PROJETO DE FUTURO
Temos a sensação de que se não fosse pelo trabalho da Apel, nós não teríamos conseguido.
A avaliação é unânime: o projeto é um sucesso. “Eu não conheço outra experiência desse porte no mercado”, afirma Vanda. E como prova da satisfação com o programa, a parceria Febraban – AP1MC está em andamento com a segunda fase: mais dez mil cisternas para o semi-árido. O próximo passo é expandir o projeto, “temos que pensar em como ter acesso a outras fontes de financiamento, porque a estrutura está montada”, diz Barbosa.
Uma boa forma de conseguir apoio é por meio de divulgação, como foi feito no Congresso de Informática e Atendimento Bancário (CIAB). Na ocasião, uma réplica de uma casa do semi-árido foi montada em meio a stands tecnológicos. A cópia fiel, em tamanho real e feita com os mesmos materiais usados nas casas atendidas pelo projeto, tinha a cisterna implantada, de modo a mostrar seu uso, e computadores com acesso ao SIGA, onde os visitantes podiam acompanhar o que estava sendo feito no programa. “Foi uma grande sacada, uma grande colaboração que o Aerton deu”, comenta Vanda. E completa: “Deu um retorno de mídia muito bom”.
Essa parceria resultou em ganho em todos os âmbitos. Para a Febraban, por apoiar um projeto de destaque e único no âmbito do Programa Fome Zero, recebendo retorno em imagem e na satisfação de colher seus frutos. Para a AP1MC, não só por ter conseguido investimento para construir 20 mil cisternas nessas duas primeiras fases do projeto, mas principalmente por ter tido um modelo de gestão estruturado e implantado, possibilitando que se utilize da melhor forma possível qualquer apoio que venha a receber. Como um todo, para essas duas entidades, por terem tido chance de se unir. Segundo Paiva, “A experiência que mais marca é fazer com que esses dois mundos que são tão diferentes se conversem”.
E, por fim, para a Apel, que teve a oportunidade de provar mais uma vez sua capacidade, demonstrando flexibilidade e eficiência para lidar com qualquer questão. Conforme afirmação de Fábio Barbosa: “Temos a sensação de que se não fosse pelo trabalho da Apel, nós não teríamos conseguido”.
Resultados assim tão bons e uma idealização tão detalhada só poderiam ser conseqüência do trabalho de um homem como Aerton Paiva. “Vejo ele pessoalmente envolvido”, confidencia Vanda. Esse envolvimento é que gera o conhecimento e a paixão necessária para tamanha conquista alcançada. Paiva passou dias entre as famílias beneficiadas pelo P1MC. Compreendendo suas necessidades e o contexto em que vivem, pôde direcionar o projeto de modo que ele trouxesse o melhor para as pessoas. “Eu pegava meu carro e ia nas comunidades pra entender a realidade deles. Fiz muita água, (pegar água no barreiro, filtrar e ferver) pra ver como era e se a cisterna de fato ajudava”, conta Paiva. E concluiu que ajuda muito: “A questão de verminose em crianças, por exemplo, chega a despencar 80% nas casas que têm cisternas”, relata.